A FALTA QUE UMA CAUSA FAZ

Tirei dez dias para descansar, pois cansado a beça. Enquanto saboreava o ar poluído do subúrbio carioca na vida offline, peguei meu celular para dar uma pausa no off e ficar on. Me deparei com uma enxurrada de textos e opiniões e shades e apoios, reforçando os dois lados da nossa sociedade polarizada. O motivo: uma história em quadrinhos.

Sabemos do poder influente das HQs, sabemos que o Superman cultivou e cultiva o imaginário de gerações, porém todo esse movimento demonstra os dois lados de uma mesma moeda, que é o tal do egoísmo. No fundo só queremos expor nossas opiniões e sermos ovacionados, inflados, até ficarmos murchos novamente. Daqui a dois dias, uma nova oportunidade de aproveitar o hype.

Nesses dias de férias, tenho pensado na falta que uma causa faz para a igreja brasileira. Poucos conseguem discernir a causa real e, destes poucos, muitos estão cansados. Alguns acham que tem causa, mas militam pelo próprio bolso. Outros até tem causa, mas deixam ela se tornar maior do que eles e se perdem na sua divina essência.

Como adjetivar pessoas que hoje gritaram mas semana passada manteve-se calada diante do vídeo viral de pessoas em Fortaleza pegando comida diretamente do caminhão de lixo? Cômoda? Apática? Covarde? Eu digo confortável demais p/ não olhar o próximo, somente as pautas que interessam pra si. Nesse calada vence, a calada perdeu.

Como isso me afeta? Em que posição estou? Fazendo um texto criticando quem fez texto? Que vida útil é essa? Em muitos momentos, dedico meu tempo a frivolidades que quem me chamou não pediu pra eu gerenciar minhas tarefas desta forma. Enquanto isso, o mundo clama em suas mazelas y mazelas intermináveis, num looping infinito de morte em vida. Não aguento mais viver assim!

Quero investir mais tempo no fazer. Tempo suficiente e eficiente para demonstrar Jesus para as pessoas. Ele não prometeu regalias p/ quem o segue (Mt 8.18–22), nem nos orientou a viver reagindo. Devemos agir em favor da proclamação do seu Reino, e isso acontece afetando a vida das pessoas reais (Mt 10.5–7).

Essa é a nossa causa coletiva. Qual é a sua razão específica de viver?

Dobremos os joelhos, levantemos nossos corpos e bora pra realidade!