DEUS NÃO NOS DEIXA NUS
"Sabemos que, se for destruída a temporária habitação terrena em que vivemos, temos da parte de Deus um edifício, uma casa eterna nos céus, não construída por mãos humanas. Enquanto isso, gememos, desejando ser revestidos da nossa habitação celestial, porque, estando vestidos, não seremos encontrados nus".
2 Coríntios 5.1-3 NVI
As palavras acima de Paulo estão num lugar em que ele elenca contrastes terrenos e celestes. O exterior e o interior (4.16); as aflições presentes e a glória vindoura (v.17); a realidade visível e invisível (v.18); o tabernáculo terreno e a casa celestial (5.1). Os primeiros são temporários e podem ser destruídos; os segundos são permanentes e indestrutíveis. E entre essas realidades, uma vida despida angustiada gemendo de anseios.
O corpo despido é um retrato da vulnerabilidade humana. Após a queda, Adão e Eva se tornam vulneráveis às suas próprias escolhas, e isso afetou o nosso hoje. Crendo ou não, estamos à sorte das mazelas do mundo. Existem mentes e corpos nus 24h, necessitados da ajuda, aprovação ou assistência do outro, como uma forma de sobrevivência. Uma dependência no talvez que não se vê, só se espera e angustia.
As decisões das pessoas atingem nossas vidas. Se alguém, por exemplo, decide furar a quarentena e, consequentemente acaba se contaminando, essa escolha afetará uma família, um bairro, um país inteiro. Postura de milhões. Se alguém decide não se vacinar, a consequência é a exposição da vida própria e de quem ali convive à possibilidade de contaminações e possível morte.
Nossas decisões influenciam nossos próprios caminhos. Eu estava me sentindo despido. Tento colocar as coisas pra frente mas, sei lá, parece que estou nu. Desprovido de força, sobriedade, criatividade, alegria, ânimo e mansidão. Tentei sair do lugar algumas vezes, mas novas pancadas vieram e lá fui eu pra lona de novo.
Nesta manhã, acolhi as palavras de Paulo ao meu coração. Me senti coberto pelo Senhor. A vida tem sofrimentos e também tem alívios, renovos e cobertores. Se eu recebi essa coberta de Deus hoje, por que não entregá-la agora pra alguém? A vida tem urgências que não cabem na limitação da minha angústia, então que eu seja e faça àquilo que for necessário para que o futuro comece hoje.
Não tenho muito tempo para reclamar pois a gente corre e rema contra uma maré de desajustes sociais. Mas nesse corre a esperança em Cristo me acompanha, me impulsionando a sair do lugar por mim e pelo outro. Igreja, erga essa cabeça, mete o pé e bota a fé. Deus está te cobrindo aí agora, eu creio!
Que, assim como eu, você não se sinta mais despido/despida e leve o afago do Senhor para outras pessoas, seja em palavras, choros, sorrisos, vacina, emprego ou pão. Estamos bem perto da solução.
